segunda-feira, 1 de abril de 2013

Scott Teare é o novo Secretário Geral da Organização Mundial do Movimento Escoteiro







Desde janeiro de 2013, Scott Teare é o novo Secretário Geral da Organização Mundial do Movimento Escoteiro, assumindo o lugar de Luc Panissod. Scott está a serviço do Escotismo Mundial por algumas décadas embora em diferentes posições antes de assumir este importante cargo.

Scott foi condecorado com o Lobo de Bronze pelo Comitê Escoteiro Mundial em setembro de 2012, particularmente por sua contribuição internacional e ao Escotismo Mundial em sua função anterior como Diretor Internacional da Boy Scouts of America (BSA). Contribuiu significativamente com o desenvolvimento e aplicação da política internacional da BSA. Como parte das atividades dessa função, estabeleceu contatos diplomáticos, manteve relacionamentos e representou a BSA perante empresas americanas que atuam no exterior, embaixadas estrangeiras, líderes do governo, chefes de estados e membros da família real, em um esforço para proporcionar apoio financeiro contínuo e crescimento do efetivo no Escotismo Mundial.

Scott assume sua nova função em um momento crucial para o Escritório Escoteiro Mundial (World Scout Bureau), que passa por significativas mudanças em sua gestão.

ENTREVISTA:


Como você se sente sendo escolhido como o novo Secretário Geral da Organização Mundial do Movimento Escotista (OMME)?

Wow! Uma honra. Absolutamente emocionado e honrado.


Você pode nos dizer o que te inspirou para se candidatar ao cargo de Secretário Geral?

Primeiro de tudo, o Escotismo tem sido a minha carreira profissional desde minha graduação na universidade. Ocupei várias posições antes de ter sido nomeado Diretor Internacional da BSA. Todas as funções foram gratificantes e eu sempre senti que fiz significantes contribuições. Em abril de 2012, fui abordado por alguns amigos, os quais respeito muito, e eles me perguntaram se eu me candidataria à posição de Secretário Geral. Depois de pensar sobre essa possibilidade por alguns dias, ficou claro que eu, na verdade, havia trabalhado toda a minha carreira para assumir desafios. Nunca foi minha intenção assumir essa função como parte da minha carreira, mas algumas vezes as coisas parecem se encaixar.


Você tem uma vasta experiência em Escotismo, não apenas nos EUA, mas também a nível Interamericano e Mundial. Pode nos contar um pouco sobre suas experiências e aprendizagem com os vários voluntários e profissionais que até agora têm servido no Escotismo?

Não consigo deixar de pensar como as relações entre profissionais e voluntários evoluíram ao longo dos meus anos como escoteiro profissional. É um fenômeno quase impossível de explicar. A relação com voluntários é uma parceria... cada um de nós com um papel definido a cumprir, e, ainda, trabalhando juntos como um time para fazer o nosso melhor possível. São essas experiências compartilhadas que me levaram até onde eu estou hoje.

Também devo mencionar que eu sou muito grato à BSA, por me permitirem servir ao mundo do Escotismo pelos últimos doze anos. Eu posso ter sido um funcionário da BSA, mas fui encorajado e desafiado a trabalhar a fim de apoiar o Escotismo em todos os cantos do mundo.


Conte-nos um pouco sobre quem é Scott Teare?

Vamos começar com isso: Meu nome é Scott Teare e sou um Mensageiro da Paz!

Entrei para o Movimento Escoteiro com oito anos de idade. Eu me lembro de me sentar no fundo do ônibus da escola com meus amigos e aprender sobre a Promessa e a Lei do Lobinho. Naquele momento, o centro de todo o universo do Movimento Escoteiro estava ali, no meu bairro, onde eu estava com meus melhores amigos. Quem poderia adivinhar que, entrando para a alcateia, me levaria a uma vida de amizades que iriam eventualmente abranger todo o mundo?

Ao olhar para os meus primeiros dias de Escotismo, recordo-me dos amigos que fiz e com os quais mantive contato anos mais tarde, já adulto. Sim, eu acredito que meus amigos do ensino médio e da universidade eram importantes, mas foram meus amigos escoteiros que permaneceram como meus amigos na idade adulta.

Meus pais apoiavam muito às atividades escoteiras. Eles me incentivavam, através de seus exemplos pessoais, a como utilizar meu tempo em serviço dos outros. Nós não éramos uma família rica, mas meus pais fizeram muitas coisas para ajudar àqueles em necessidade. É esse ato de ajudar o próximo que define o homem que eu me tornei. Aqueles que me conhecem melhor entendem minha paixão em ajudar os jovens.

Poucos sabem que já considerei ingressar ao sacerdócio. Quando meu pai informou ao padre da nossa paróquia que eu havia escolhido uma carreira no Escotismo em vez de uma carreira na igreja, nosso padre bateu palmas e explicou: “A igreja ganhou!”. E eu nunca olhei para trás.

Recentemente tive um bom amigo que “partiu para o grande acampamento” chamado Zig Zigler. Zig era um palestrante motivacional e escritor. Uma vez ele me disse que uma criança hoje soletra “amor” e “tempo”. Não consigo pensar em um presente melhor que um Escotista pode oferecer a uma criança ou jovem além do tempo.  É o que nos distingue de tantos outros em nosso acelerado mundo. “Tempo” é o presente precioso para dar a um jovem nos dias de hoje.


Esses são tempos de mudança no Escotismo Mundial e há muita coisa acontecendo com o Escritório Escoteiro Mundial. Sob estas circunstâncias, que tipos de desafios, riscos e oportunidades você pode antecipar em seu novo papel?

Há resoluções da Conferência Escoteira Mundial que orientam o Comitê Escoteiro Mundial e nos desafiam a fazer coisas melhores em diversas áreas. A sociedade muda. As pessoas mudam. A nossa forma de trabalhar também muda. O próprio rosto do Escotismo mudou. Se o Escritório Escoteiro Mundial- e isso inclui o escritório central e os nossos seis Escritórios Regionais – devem permanecer relevante em uma sociedade em rápida mudança... então há uma necessidade de se repensar a forma como atuamos. No entanto, as mudanças precisam acontecer sempre pelas razões certas e sem interrupção dos serviços.

Tornou-se claro que devemos capacitar nossos escritórios regionais para aumentar seu apoio às Organizações Escoteiras Nacionais (OENs)... para ajuda-las a ter mais capacidade de construção e desenvolvimento. Para alguns, isso pode parecer simples, mas, na realidade, isso é um pouco complexo e requer uma liderança focada. Eu acredito que o Comitê Mundial e seu pessoal profissional estão preparados para dar essa liderança necessária.


As pessoas estão interessadas em saber mais sobre sua vida fora do Escotismo, seus interesses e hobbies. Pode compartilhar alguns detalhes?

Houve um tempo em que eu joguei muito golfe e ia esquiar com a maior frequência que eu podia. À medida que fui me envolvendo mais no Escotismo Mundial, tais atividades foram deixadas de lado. Minha família te diria que eu me tornei um workaholic. E não posso negar isso. No entanto, a leitura continua sendo uma fuga agradável para mim... Se bem que agora passei a usar um e-reader. Ahhhh... Tecnologia moderna!


Qual a sua visão para o futuro do Escotismo Mundial?

Que fazemos tudo que é possível para chegar a mais jovens com a “magia” que o Escotismo tem, capaz de mudar vidas.



Do site da União dos Escoteiros do Brasil: http://www.escoteiros.org.br/noticias/noticia_detalhe.php?id=466